02/08/2018

Precisa-se de boa música

A “música pimba” um dos factores que mais contribui para a diluição da identidade cristã das chamadas “festas religiosas” que proliferam por todo o país no Verão. É um género musical português que se caracteriza pela pobreza musical e, sobretudo, pela brejeirice dos trocadilhos sexuais. Para além do prejuízo cultural, destrói a acção pastoral: o que vai ficar no ouvido depois da festa não é a pregação da fé, mas as músicas que exaltam o adultério e o sexo antes do casamento. É isto que nós, a Igreja, andamos a promover em festas que (teoricamente) são organizadas por nós! «em honra de Nossa Senhora…», ou «em honra de [tal Santo]», dizem os cartazes. Claro que não somos nós que vamos impedir as pessoas de ouvir má música; mas é bastante grave sermos nós a promovê-la, ou, pelo menos, a permiti-la.
Penso que a Igreja podia criar uma espécie de “Serviço de Música Popular”, uma comissão de peritos que estudasse e aprovasse boa música, ao gosto popular, que não ofendesse os valores cristãos, para ser tocada em exclusivo nas nossas festas. Tenho a certeza que há-de haver música assim em quantidade suficiente para preencher bem toda uma festa sem repetições e com muito mais qualidade. Claro que, para isso, é preciso estar bem por dentro do assunto: conhecer canções e cantores, saber o que agrada ao povo… sem desagradar a Deus!
Ou então, por que não a Igreja desafiar alguns artistas populares a fazer música para as festas de acordo com estes critérios? Afinal, em todas as épocas, a Igreja sempre foi quem mais promoveu a evolução cultural e o progresso da civilização.
Padre Orlando Henriques