23/08/2017

Madres há muitas, mas nem todas aparecem na TV


Sempre fui um “nabo” a jogar futebol. Não há dúvida: quem quiser saber o que é futebol, não deve olhar para mim, mas sim para os grandes “craques” do futebol mundial. Da mesma maneira, quem quiser saber o que é a Igreja deve olhar para os santos, e não para os maus exemplos. Os santos é que são a melhor amostra daquilo que a Igreja é. Também há cristãos (inclusive padres, freiras, etc.) que são corruptos e devassos, mas não são esses que dão a conhecer a verdadeira essência do que é a Igreja ou a vida consagrada.

É certo que o rei D. João V teve como amante Madre Paula, freira do convento de Odivelas. Isso é histórico! Mas, curiosamente, há uma outra madre bem diferente na vida de D. João V: em criança, o rei foi curado de uma enfermidade que o ameaçava de morte por causa de o seu capelão ter invocado a intercessão de Madre Maria do Lado, a fundadora do Mosteiro do Louriçal e das Clarissas do Desagravo. Grato a essa santa mulher da nossa Diocese, D. João V beneficiou o Mosteiro do Louriçal, patrocinando a sua esplendorosa igreja. Mas não deixa de ser ingrato e ironicamente triste que o rei “freirático” tenha sido salvo por uma Madre para depois vir a ser amante de outra: de facto, Deus tem que ter mesmo muita paciência para aturar esta humanidade!

A conclusão é que “madres” há muitas, mas só algumas (as que não prestam) é que têm direito a uma série televisiva. A nossa televisão gasta o nosso dinheiro a fazer séries eróticas para denegrir a imagem da Igreja, como se a Igreja fosse um antro de corrupção e hipocrisia. Mas não faz nenhuma série que mostre os exemplos heróicos de santidade, que são muitos e, esses sim, caracterizam o que a Igreja é.

Houve intervenientes na série que, em entrevistas, não esconderam que a personagem “Madre Paula” da série está romanceada, nem sequer corresponde bem à realidade: a Madre Paula da vida real, ao que parece, não era propriamente boa pessoa; mas, na série, “pintaram-na” de boazinha para ser bem acolhida pelo público. Isto indicia que a preocupação nem sequer foi fazer um retrato histórico fiel, o que nos leva a concluir que as intenções são outras, e bem perversas: fazer dinheiro com a produção de mais lixo pornográfico (a somar ao que já abunda por aí); e tentar desacreditar a Igreja aos olhos do público.

Madre Paula? Não, obrigado. Sou católico: não consumo pornografia. E temos na Igreja mulheres santas muito mais luminosas do que todas as “madres paulas” do mundo. Mesmo sem terem direito a séries televisivas.
P.e Orlando Henriques

Sem comentários:

Enviar um comentário