– Não entendo, Carlos! Parece-me bem que haja muita prevenção para que os sinistros não venham a acontecer. O nosso povo sempre disse que “vale mais prevenir do que remediar”.
– Não é desse esquema que eu falo, Tio Ambrósio, mas precisamente do que se prepara do outro lado da barricada.
– Continuo a não entender patavina do teu discurso! Então numa matéria tão grave poderão existir dois lados, como se se defrontassem um ao outro?
– E o Tio Ambrósio admira-se?
– Não é que me admire, porque já cá ando há muitos anos e sei bem da maldade de que é capaz o coração humano. Mas, se calhar ingenuamente, pensei que todos os cidadãos do nosso país estariam interessados em evitar os acontecimentos trágicos que enlutaram Portugal no Verão e no Outono do ano passado…
– Fez muito bem em empregar o advérbio “ingenuamente”, porque toda a gente sabe que há por aí muitos malandros à espreita de uma oportunidade para ganharem dinheiro com a desgraça dos outros. A ser verdade o que contam os jornais sobre o grande incêndio do Pinhal de Leiria, que teria sido preparado ao pormenor por gente interessada em obter lucros fáceis à custa de uma desgraça daquelas, bem podemos esperar por outras semelhantes na época que os responsáveis por este sector da vida pública já anunciaram que pode começar ainda no mês de Maio ou, o mais tardar, no princípio do mês do São João. Isto quer dizer que agora, tal como há a época balnear, a época das férias, há também uma época para os incêndios, que teve que ser alargada por causa dos acontecimentos do último ano.
– E tu acreditas numa notícia dessas, Carlos?
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