A vida de Américo Monteiro de Aguiar ficou marcada pela fundação da Obra da Rua, destinada a acolher rapazes sem lar. Eram o “lixo das ruas”, como ele designava os rapazes que ninguém queria. Vivia-se, nessa altura, a II Guerra Mundial, muitas crianças eram abandonadas à sua sorte e à sua fome.
A Obra da Rua e as suas Casas do Gaiato, presentes em Coimbra e Miranda do Corvo, aparecem como um farol para estes miúdos, propondo uma alternativa, desde a formação intelectual, a doutrina, a educação, e uma profissão para a sua autonomia.
Sobre a Obra da Rua e o seu método, escrevia “Pai Américo” (como era tratado pelos miúdos): “A Casa do Gaiato é uma obra eminentemente social e familiar. Não tem pautas nem estatutos nem regulamento - nem orçamento!” Viviam (e ainda hoje) das esmolas, donativos ou daquilo que produziam nas suas quintas.
Além dos rapazes da rua, Américo Aguiar preocupou-se também com os doentes, para os quais criou o Calvário, e com as famílias sem casa.
Américo Monteiro de Aguiar nascera em 23 de Outubro de 1887, em Galegos (Penafiel). Trabalhou ainda numa loja de ferragens e como expedidor, em Moçambique. Em 1923 entrou nos franciscanos, que depois abandonará para ser acolhido no Seminário Maior de Coimbra, onde se formou presbítero. Ordenado padre em 29 de Julho de 1929, dedica-se aos miúdos da rua em Coimbra, onde inicia campos de férias até que, em 1940, cria a primeira Casa do Gaiato, em Miranda do Corvo. Morre a 14 de Julho de 1956, dois dias depois, de um grave acidente de carro.
No dia 28 de Outubro, às 21h00, no Salão Paroquial de S. José, em Coimbra, realiza-se um Colóquio “Padre – Pai Américo – 130.º Aniversário (1887-2017)” com a participação de Monsenhor Dr. Arnaldo Pinto Cardoso, Postulador da Causa de Canonização e do Prof. Doutor Henrique Manuel Pereira, da Universidade Católica Portuguesa. No dia 29, às 12h00, na igreja paroquial de S. José celebra-se uma solene Eucaristia com a presença de antigos e actuais gaiatos.
Miguel Cotrim
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