Pois esta crónica de título sazonal é quase tão antiga como o próprio Amigo do Povo. O nosso jornal sempre procurou catequizar recorrendo a diálogos de várias personagens mais ou menos fixas, mas o Tio Ambrósio e o Carlos do Cabeço acabaram por ser aquelas que perduraram até hoje. Foi a 3 de Junho de 1917 (portanto, há 100 anos!) que, pela primeira vez, surgiu um diálogo “À sombra do castanheiro”. A 26 de Outubro de 1917, o Tio Ambrósio sugere ao Carlos que, daí para a frente, as suas conversas passassem a ser ao serão e “ao calor da fogueira”. E foi assim que a 18 de Novembro seguinte saiu o primeiro “Ao calor da fogueira”.
Um diálogo sempre muito apreciado, escrito já por quatro redactores ao longo da sua história, também teve os seus momentos mais polémicos, principalmente a seguir ao 25 de Abril, quando fez forte oposição a certos abusos. O director d’O Amigo do Povo da época chegou a ser preso por isso. Celebrar 100 anos de uma crónica tão emblemática é celebrar a liberdade de expressão ao serviço do Evangelho. Aqui deixo um abraço de parabéns ao Tio Ambrósio e ao Carlos que, apesar da sua bonita idade, permanecem jovens.
Padre Orlando Henriques
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