Tomando a palavra, o presidente da Confraria da Rainha Santa Isabel, António Rebelo, entre outras coisas que disse, manifestou a sua indignação pelo facto de àquela mesma hora da Missa principal da festa, se estar a realizar na Câmara Municipal a sessão solene do dia da cidade, o que acontecia pelo segundo ano consecutivo, constituindo uma desconsideração à padroeira da cidade e impossibilitando alguns vereadores de estarem presentes naquela Missa. Foi um momento impressionante: como o povo, exultante de alegria e de concordância com aquele protesto, começasse a dar sinais de que ia desabar numa salva de palmas, António Rebelo conteve, eficaz e imediatamente, a avalanche de aplausos dizendo que não os queria porque sentia que fazer aquele protesto não era mais do que a obrigação de quem quer que exercesse a função de presidente da Confraria. Também gostei de o ouvir dizer que aquela sua manifestação nada tinha a ver com cores políticas e que a faria igualmente qualquer que fosse o partido do executivo camarário.
Foi uma lufada de ar fresco ver na nossa Igreja alguém com coragem para dizer o que tem que ser dito. E, para mais, um leigo. A Igreja actual não pode viver no medo: é muito mau se ninguém reage, se ninguém diz nada, se ninguém pia… enquanto vão avançando, progressivamente, os abusos contra a fé e contra os valores cristãos. Houve mobilização e luta contra o fim dos “contratos de associação” das escolas privadas (com forte apoio da Conferência Episcopal, já que estavam em causa escolas da Igreja); falta haver a mesma mobilização (ou ainda maior) contra a eutanásia, o aborto, as barrigas de aluguer, os mais diversos atentados à família e à presença e liberdade da Igreja na sociedade.
Pe. Orlando Henriques
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