08/07/2017

Entre a vida e morte

No final de cada mistério do terço, rezamos a jaculatória: “Ó meu bom Jesus, perdoai-nos e livrai-nos do fogo do inferno/ e levai as almas todas para o céu, principalmente as que mais precisarem”. Foi ensinada por Nossa Senhora aos pastorinhos de Fátima, na aparição de 13 de Julho, com a recomendação de que a rezassem sempre no final de cada mistério do terço.
Mas, afinal, que “almas” são estas? Serão as almas dos que morreram, as almas do purgatório? Se não sabia, então surpreenda-se: esta oração não é pelos defuntos! Pelo contrário, é pelos que estão bem vivos! Sim, nós, os vivos, é que somos as almas que precisam de ser livres do inferno, nós pecadores que andamos aqui, sobre esta terra. Por isso, se pede a Jesus para levar para o céu os “que mais precisarem”, isto é, os pecadores mais fechados ao arrependimento e à conversão, em maior perigo de condenação. Esses sim, estão entre a Vida e a morte; nesta vida terrena é que se decide o nosso futuro de Vida eterna ou morte eterna.
Durante muitos anos, divulgou-se uma versão errada desta oração, em que se dizia “aliviai as almas do purgatório, principalmente as mais abandonadas”. Embora seja uma obra de misericórdia contribuir para diminuir a pena das almas do purgatório, elas já estão salvas, é só uma questão de repararem o mal que fizeram em vida para, de seguida, entrarem no céu. Mas para quem ainda vive nesta terra está tudo em aberto… Portanto, é muito mais urgente e importante rezar por aqueles que ainda podem vir a condenar-se! Seria muito pouco que a Virgem Santíssima se dignasse descer a esta terra só para nos mandar rezar por pessoas que já estão salvas. Porque o pecado é a pior morte, que nos conduz à morte eterna, Fátima é uma mensagem de conversão, de luta contra os vícios e de oração e sacrifício solidários pela conversão dos pecadores.
Padre Orlando Henriques

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