21/10/2018

Estamos mesmo a evangelizar?

(Em Dia Mundial das Missões)

[…]
Porque é que falamos de valores cristãos e não de Jesus? […] Grande parte do trabalho que fazemos [na Igreja] é vão […]. O cristianismo reduzido a um humanismo, em que o homem está no centro [e não Deus], é um trabalho estéril, é só obra dos homens. […] Temos andado a anunciar “valores”, em vez de anunciar Jesus Cristo!
[…] desde então, fico sempre desconfiado quando ouço alguém a falar de valores […]
[…] pessoas que dizem «eu não preciso de ir à Missa para ser boa pessoa»; porque só os ensinámos a ser “boas pessoas”, não os ensinámos a ser cristãos. […]

Leia a totalidade deste texto na nossa edição em papel.

À SOMBRA DO CASTANHEIRO (21-10-2018)

— Estava a ver que hoje já não me vinhas visitar, Carlos!
— Desculpe-me, Tio Ambrósio! Quando saí de casa, logo depois do saboroso almoço que a Joana preparou para a família…
— Como sempre! A Joana é uma cozinheira de mão cheia! Acredita que já tenho saudades de degustar uma daquelas sopas de feijão inchado que ela faz como ninguém!
— Fica já convidado para o próximo domingo, Tio Ambrósio! Não posso garantir-lhe o inchaço do feijão, até porque desse mal sofrem muitos por aí, não sabendo se essa característica sobra para o feijão. Também lhe não garanto uma sopa de feijão-frade, porque este mundo está cheio de homens e mulheres de duas caras, de modos que não sei se ainda haverá feijão de duas caras. Mas, seja manteiga, seja catarino, seja preto, seja mesmo rajado, posso garantir-lhe que feijão não vai faltar para a sopa, ou mesmo para o prato principal, que a feijoada é outra das especialidades da Joana.
[...]

Leia a totalidade deste texto na nossa edição em papel.

08/10/2018

“Mandar” ou liderar?


Por vezes, penso que a palavra “mandar” deveria ser banida do nosso vocabulário da Igreja. Pode ser, quase sempre, substituída por outras palavras que dizem muito melhor o que é a missão de cada um na Igreja. […]
As Jornadas de Formação permanente da Diocese de Coimbra, nos passados dias 5 e 6 de Outubro, no Colégio de S. Teotónio, ajudaram a mudar estas perspectivas desfocadas: […] liderar, em vez de “mandar”.
[…] O modo de trabalhar colegial e sinodal não é só de agora, por haver menos padres: deve ser o nosso modo de estar, de ser Igreja.
[…] Delegar não significa perda de autoridade (pode ser, isso sim, perda de prestígio ou de protagonismo, que são coisas que [...]).
[…] que tipo de líder é Jesus? É um líder que […]
 A única vez que que Jesus afirma a Sua autoridade (no momento da Ascensão) é para a partilhar, enviando em missão.
[…] cada um já se deve sentir responsável mesmo antes de alguém lhe dizer o que é que tem que fazer; estar preocupado, não se desculpar que essa missão é para os outros; […]
[…] perante o erro, há 3 atitudes a tomar: não ficar em silêncio: não “apontar pistolas”; aplicar-se na tarefa.

Leia a reportagem completa na nossa edição em papel do próximo Domingo…

(na foto: Padre António Freitas fazendo a conferência sobre liderança)

07/10/2018

Palavra da salvação

[Eu não queria escrever este texto, não queria entrar em polémicas, não queria magoar ninguém. Mas a voz da minha consciência dizia-me que era inevitável publicar este texto, ou outro semelhante. Não dizer nada sobre isto seria fugir à realidade, coisa que nem um padre nem um jornalista podem fazer. Perante as recentes notícias sobre o assunto, e perante uma resposta tão clara da Palavra deste Domingo a essas notícias, fazer de conta que nada se está a passar não seria honesto.]


Depois de proclamar o Evangelho, o sacerdote (ou diácono) conclui dizendo «Palavra da salvação» e todo o povo responde «Glória a Vós, Senhor». É, no fundo, um acto de fé: é acreditar que aquelas palavras que escutámos não são umas palavras quaisquer, mas são Palavra de Deus; são norma para a nossa vida, porque é o próprio Deus que nos fala a cada um a partir das palavras que escutámos; cremos que são «Palavra da salvação» porque acreditamos que ouvi-las e pô-las em prática é qualquer coisa que nos cura em ordem à vida eterna.
Pode nem sempre ser fácil acreditar que esta Palavra é salvação e que tem essa dimensão curativa. A Palavra dá “trabalho” porque nos desafia, desinstala-nos da nossa zona de conforto para nos fazer sair e caminhar por um novo caminho: o da conversão. Por vezes, perante certas passagens mais difíceis de escutar, podemos ser como aqueles judeus, que, perante as palavras de Jesus, disseram «Estas palavras são duras! Quem pode escutá-las?» (cf. Jo 6, 60). Este Domingo, Jesus diz palavras que eu não me atreveria a dizer, pelo menos desta maneira: «Quem repudiar a sua mulher e casar com outra, comete adultério contra a primeira. E se a mulher repudiar o seu marido e casar com outro, comete adultério» (Mt 10, 11-12). Na verdade, torna-se doloroso dizê-lo quando temos pessoas amigas nessa situação.
No entanto, porque temos fé, cremos que alguma dimensão curativa esta Palavra há-de ter, por muito dolorosa que a sintamos à primeira vista. E, porque temos fé na Palavra, também acreditamos a melhor maneira de amar as pessoas não é iludi-las com mentiras. A tentação é precisamente essa: inventar soluções fáceis e "mágicas", dizer-lhes que está tudo bem e que podem continuar na mesma sem qualquer problema. Mas, das duas uma: ou pomos a Palavra de Deus no caixote do lixo; ou então deixamo-nos desafiar por Ela para procurar um novo caminho de conversão.
Pe. Orlando Henriques

28/09/2018

O que é a arte?

Anda uma polémica no museu de Serralves à volta de uma exposição de arte contemporânea com conteúdos de cariz pornográfico que, inclusivamente, tem uma parte vedada a menores de 18 anos.
... há muita coisa perfeitamente horrível a que podemos chamar arte porque, de facto, nos faz experimentar uma experiência estética; mas isso não quer dizer que a experiência seja boa...

Leia a totalidade deste texto na nossa edição em papel.

25/09/2018

Jornadas Pastorais 5 e 6 de Outubro

As Jornadas Pastorais da Diocese de Coimbra do início do ano pastoral, este ano, estão programadas 5 e 6 de Outubro, mesmo de propósito para que muitos leigos possam participar: dia 5 é feriado; e dia 6 é sábado (qual vai ser a desculpa para não ir desta vez?).
Vão ser umas jornadas mais práticas do que teóricas, com muito trabalho de grupos. Vão decorrer no Colégio de S. Teotónio e terão como tema: “Organização e liderança ao serviço da missão da Igreja”.
A inscrição custa 5 euros. Os almoços (no dia 5 e no dia 6, no Colégio) custam 7 euros cada um. Também é possível reservar estadia no Seminário (8€ pelo jantar + 15€ pela dormida e pequeno almoço).
Inscreva-se já pelo telef. 239 792 344, ou e-mail: sdcpastoral.coimbra@gmail.com

Eis aqui o programa:

Dia 5 de Outubro
09.30h – Acolhimento
10.00h – Hora intermédia
10.15h – P. António Freitas: Organização e liderança ao serviço da Missão da Igreja
11.15h – Intervalo
11.45h – P. António Freitas: Organização e liderança ao serviço da Missão da Igreja II
13.00h – Almoço
14.30h – Miguel Leite: O que é a liderança (estilos de liderança, perfil líder, ponte com os valores da liderança cristã)
15.00h – Dinâmica 1: World Café (construção de um mural) (sala grande)
17.30h – Vésperas

Dia 6 de Outubro
10.00h – Hora intermédia
10.15h – Marta Neves: Formação e ferramentas de liderança
10.45h – Dinâmica 2: De onde vem a minha liderança? (salas de aulas)
11.15h – Intervalo
11.45h – Dinâmica 3: Onde posso crescer? (salas de aulas)
13.00h – Almoço
14.30h – Dinâmica 4: REMAR (sala grande)
15.30h – Intervalo
15.45h – Síntese Trabalho de Grupos/
16:00: - Feed back de alguns participantes no encontro.
17.00h – Encerramento: Sr. Bispo
17.30h – Vésperas

21/09/2018

À Igreja só há que agradecer

No Seminário, em Coimbra, tivemos, certa vez, uma formação dada por um engenheiro informático católico. Para sublinhar a importância das novas tecnologias na evangelização, dizia ele que, se Jesus tivesse nascido hoje, em vez de há 2000 anos, certamente teria usado a internet. Houve um seminarista que interrompeu: «Desculpe, mas se Ele tivesse vindo só agora, talvez nem sequer houvesse internet...

Leia o resto na nossa edição em papel.

17/09/2018

Nota pastoral: CELEBRAÇÃO DO DOMINGO



CELEBRAÇÃO DO DOMINGO:
EUCARISTIA E CELEBRAÇÃO DOMINICAL NA AUSÊNCIA DO PRESBÍTERO
ORIENTAÇÕES PASTORAIS


INTRODUÇÃO

       A Igreja de Cristo procura continuamente as melhores formas de ajudar os seus fiéis a progredirem na fé, no amor a Deus e ao próximo, e na santidade de vida. Precisa, por isso, de propor às comunidades locais os meios mais adequados, dentro das circunstâncias próprias de cada tempo e lugar.
       A celebração do domingo constitui um ponto alto da vida do cristão e da comunidade cristã. A Eucaristia, que está no centro do domingo, não pode, hoje, ter lugar em todas as localidades onde se celebrava no passado. Já em 1980, o bispo D. João Alves publicava um documento sobre a possibilidade de haver na Diocese as chamadas Celebrações Dominicais na Ausência do Presbítero (CDAP), apesar de as circunstâncias nessa altura serem bem diferentes das atuais. De então para cá diminuiu consideravelmente o número de sacerdotes, com a consequente diminuição da celebração de missas ao domingo, e aumentou muito o número de celebrações dominicais na ausência de presbítero.

       Ao longo das últimas décadas, criou-se uma verdadeira rede de celebrações da Palavra por toda a Diocese e pôde contar-se com grande número de leigos, homens e mulheres, disponíveis para coordenar este serviço ao povo de Deus. Pode dizer-se que, deste modo, se constituiu uma verdadeira escola de voluntariado laical, que foi, ao mesmo tempo, uma escola de fé e de espiritualidade, muito enriquecedora para a vida das comunidades paroquiais. Em nome da Diocese de Coimbra, deixo expressa uma palavra de gratidão a todos os que, movidos pela fé e com verdadeiro espírito eclesial, têm servido o Povo de Deus, pondo ao seu serviço os dons que receberam.
       Não deixo, no entanto, de incentivar toda a Diocese, os ministros ordenados, os consagrados e os leigos, a implementarmos uma verdadeira pastoral das vocações sacerdotais, pois o ministério ordenado, numa relação estreita com a Eucaristia, é essencial à vida da Igreja. A catequese, a evangelização, a liturgia e a totalidade da ação pastoral devem ter uma marcante intencionalidade vocacional, uma vez que é necessário criarmos as condições propícias para que os dons de Deus derramados no coração de cada batizado sejam acolhidos e frutifiquem em novas vocações.

       Com o passar dos anos, a situação das comunidades cristãs foi-se modificando sob muitos aspetos e gerou a necessidade de uma nova reflexão sobre o culto dominical, especialmente no que se refere aos lugares e requisitos para a celebração da Eucaristia ou para as Celebrações Dominicais na Ausência de Presbítero.
       Acontece que a geografia humana se alterou profundamente, muitas comunidades viram reduzir-se a sua população, algumas celebrações não preenchem os requisitos mínimos quanto ao número de participantes e à diversidade de ministérios e, noutros casos, estão separadas por pequenas distâncias. Acresce ainda o facto de algumas comunidades se terem acomodado a um modelo de celebração dominical que tende a promover pouco o espírito de comunhão eclesial.

       O Conselho Presbiteral da Diocese, ouvido o clero e os leigos, desenvolveu esta reflexão, cujo objetivo é proporcionar melhores condições de celebração do culto dominical, em ordem a um maior crescimento da fé e do sentido de pertença à Igreja de Cristo, que é mistério de comunhão.
       Apresento agora as conclusões sob a forma de orientações pastorais, que devem ser tidas em conta em toda a Diocese de Coimbra. Foi também ouvido o Conselho Pastoral Diocesano, que teceu alguns comentários em ordem a melhorar o documento que lhe foi apresentado.

       No Capítulo I cita-se parte dos Preliminares do ritual da Celebração Dominical na Ausência do Presbítero (CDAP), aprovado pela Conferência Episcopal Portuguesa na Assembleia Plenária de abril de 2005, cuja leitura se aconselha vivamente e que deve ser seguido pelos coordenadores das CDAP, tanto os diáconos como os leigos devidamente mandatados para o efeito.
       No Capítulo II oferecem-se as orientações pastorais, fruto do conhecimento da realidade e da reflexão teológica, litúrgica e pastoral. Estas orientações pretendem ajudar a melhor celebrar o domingo nas comunidades espalhadas por toda a Diocese. Espera-se agora que sejam conhecidas e refletidas pelos conselhos pastorais das unidades pastorais, a fim de serem localmente aplicadas.


I. A EUCARISTIA E A CELEBRAÇÃO DOMINICAL NA AUSÊNCIA DO PRESBÍTERO

       1. “O domingo, dia do Senhor e dia da Ressurreição, encontra as suas raízes naquele «primeiro dia da semana», no qual, Jesus, depois de ter passado pela morte, Se manifestou ressuscitado aos Apóstolos. Neste dia, o Senhor fez-Se presente, explicou as Escrituras em tudo o que a Ele se referia, partiu o pão e confiou aos Apóstolos a missão de levar o Evangelho a todo o mundo. Pela descrição evangélica sabemos que as aparições do Senhor ressuscitado, iniciadas no «primeiro dia da semana», se repetiram oito dias depois. Desta forma, o próprio Senhor marcou o ritmo semanal da celebração do mistério pascal da sua morte e ressurreição” (Conferência Episcopal Portuguesa [CEP], Celebração Dominical na Ausência do Presbítero [CDAP], Preliminares 1).

       2. “Desde a primeira experiência com o Senhor ressuscitado até hoje, a Igreja nunca deixou de celebrar neste dia o mistério pascal, «lendo quanto a Ele se refere em todas as Escrituras e celebrando a Eucaristia», entendendo desta forma, o domingo, como a «primordial festa dos cristãos». A Eucaristia é o momento mais alto de todo este dia. Pela sua própria estrutura, dá ao domingo um conteúdo teológico, que ajuda a compreendê-lo em toda a sua profundidade.
       Na Eucaristia dominical, o Senhor torna-Se presente, tal como na manhã de Páscoa e, por isso, o domingo é o dia da Ressurreição e o dia do Senhor. O regozijo que este encontro produz em cada cristão, faz do domingo o dia da alegria. Na Eucaristia a comunidade cristã reúne-se em assembleia, e, assim, o domingo é o dia da assembleia. Também na Eucaristia se proclama a palavra de Deus, alimento que a Igreja «nunca deixou de tomar e distribuir aos fiéis», mostrando, assim, o domingo como o dia da Palavra. Finalmente, o domingo aparece como o dia da Eucaristia, porque nele se celebra o memorial da paixão, morte e ressurreição do Senhor, o banquete em que se recebe Cristo” (CEP-CDAP, Preliminares 2).

       3. “Os cristãos dos primeiros séculos compreenderam que não podiam deixar de celebrar o domingo, a ponto de muitos deles preferirem o martírio a abandonar a assembleia dominical, como é atestado por muitos testemunhos patrísticos. Hoje a Igreja continua a acreditar no valor salvífico do domingo e na sua importância para as comunidades cristãs, mesmo que sejam pequenas, pobres ou dispersas, insistindo que neste dia «devem os fiéis reunir-se para participarem na Eucaristia e ouvirem a palavra de Deus, e assim recordarem a paixão, ressurreição e glória do Senhor Jesus e darem graças a Deus que os regenerou para uma esperança viva pela ressurreição de Jesus Cristo de entre os mortos»” (CEP-CDAP, Preliminares 3).

       4. “Hoje, muitos cristãos dispersos por várias comunidades, embora sentindo a necessidade de celebrar o domingo cristãmente, e desejando corresponder ao convite para a reunião dominical não o podem fazer de forma plena por falta de sacerdotes que celebrem para eles a Eucaristia. Consciente de que «nenhuma comunidade cristã se edifica sem ter a sua raiz e o seu centro na celebração da Santíssima Eucaristia» e, no intuito de favorecer a assistência religiosa a todas as comunidades, a Igreja recomenda aos fiéis que continuem a reunir-se ao domingo mesmo sem a presença do presbítero.
       Ao propor a reunião dos fiéis em assembleia dominical, a Igreja tem presentes duas verdades fundamentais: primeiro, que a celebração do domingo não se reduz à celebração da Eucaristia e que esta não é a única forma de celebrar cristãmente o dia do Senhor; segundo, que as «celebrações dominicais na ausência do presbítero» oferecem aos cristãos alguns dos elementos essenciais para haver assembleia dominical, a saber, a reunião dos fiéis em assembleia convocada por Deus, a proclamação da Palavra de Deus acompanhada da sua explicação, e a comunhão do Corpo do Senhor, consagrado numa outra celebração eucarística.
       Na impossibilidade de celebrar plenamente o domingo através da Eucaristia, estas celebrações permitem aos cristãos sentir e manifestar que são Igreja, celebrar o dia da ressurreição do Senhor e participar no «pão da vida, tanto da palavra de Deus como do Corpo de Cristo»” (CEP-CDAP, Preliminares 4).

       5. “Nenhuma comunidade cristã se edifica sem a celebração da Eucaristia, nem nenhuma celebração da Igreja se pode comparar à da Missa dominical. Por isso, quando em alguns lugares não for possível celebrar a Missa ao domingo, veja-se primeiro se os fiéis podem deslocar-se à igreja de um lugar mais próximo e participar aí na celebração do mistério eucarístico. Tal solução é de recomendar e até de conservar quanto possível, mesmo com algum sacrifício da parte dos fiéis” (CEP-CDAP, Preliminares 5).


II. ORIENTAÇÕES PASTORAIS

       6. Evite-se com cuidado qualquer confusão entre as Celebrações Dominicais na Ausência do Presbítero (CDAP) e a celebração da Eucaristia. Tais celebrações não devem diminuir mas aumentar nos fiéis o desejo de participar na celebração eucarística e devem torná-los mais diligentes em frequentá-la.

       7. Os fiéis devem ser ajudados a compreender que não é possível a celebração da Eucaristia sem o sacerdote, e que as CDAP estão intimamente relacionadas com a Missa que a comunidade cristã celebra noutros lugares, particularmente na sua igreja paroquial, o que poderá ser feito por meio de breves admonições no decorrer da própria celebração, bem como de preces pelas vocações sacerdotais.

       8. Quando a celebração da Missa dominical não é possível, mesmo numa igreja paroquial, é muito recomendada a celebração da Palavra de Deus, seguida da comunhão eucarística. Assim, as CDAP nunca podem realizar-se ao domingo naqueles lugares onde a missa já foi ou vier a ser celebrada nesse dia, ou tiver sido celebrada na tarde do dia anterior.

       9. Estabeleça-se um plano de celebrações dominicais no conjunto da unidade pastoral, garantindo, quando possível, uma igreja paroquial onde haja missa todos os domingos. Nesse plano se devem definir os locais de celebração das eucaristias dominicais possíveis, mesmo as vespertinas, atendendo aos sacerdotes disponíveis.
       10. A definição dos lugares, além das igrejas paroquiais, onde a necessidade justifica celebrações dominicais na ausência presbítero, terá em conta todos ou alguns dos seguintes critérios:
       a) número razoável de participantes de acordo com as características de demografia sócio-religiosa da região;
       b) a necessidade evidente de que haja naquele lugar catequese organizada;
       c) que não haja eucaristias dominicais em locais próximos compatíveis com uma deslocação habitual;
       d) que haja condições para uma boa celebração litúrgica, nomeadamente pela diversidade de ministérios ali disponíveis.

       11. Compete ao pároco, ouvidos os outros sacerdotes do arciprestado, informar o bispo diocesano sobre a oportunidade das CDAP na área da sua unidade pastoral.
       Compete-lhe também:
       a) distribuir tais celebrações pelos diáconos e orientadores dentro da unidade pastoral;
       b) preparar os fiéis para elas;
       c) designar leigos idóneos para as orientar;
       d) dar-lhes formação adaptada e contínua após a preparação inicial prescrita pela diocese;
       e) preparar com eles celebrações dignas e adaptadas ao número dos participantes e à sua capacidade e confiá-las ao seu cuidado.

       12. Para que os fiéis valorizem cada vez mais a participação na missa no Domingo e aumentem o seu amor por ela, é necessário que as CDAP alternem sempre, na periodicidade possível, com a celebração da Eucaristia dominical.

      13. Dado o especial relevo do Natal, da Páscoa da Ressurreição e do Pentecostes, recomenda-se vivamente que toda a comunidade cristã se reúna tanto quanto possível para a celebração da Eucaristia.

     14. Quando não for possível haver celebração da Missa na festa religiosa de um lugar, poderá haver uma CDAP, bem como a procissão.[1]

     15. As CDAP devem ser presididas, se possível, por um diácono. Se não for possível, sejam orientadas por um ministro leigo nomeado pelo bispo diocesano - este deve estar vestido de modo que não desdiga do ofício que desempenha, podendo sempre usar a túnica branca.
       16. Dada a natureza da CDAP:
       a) o ministro leigo que a coordena não ocupa a cadeira da presidência, mas orienta a celebração de um lugar discreto na nave ou à frente do presbitério, de onde seja facilmente visto e ouvido;
        b) a recolha das ofertas é feita no final da celebração, antes da despedida;
        c) as leituras são feitas do ambão;
       d) o altar utiliza-se exclusivamente para nele se colocar a reserva eucarística para a adoração e comunhão.
    17. Se preside o diácono, faz a homilia; se é um ministro não ordenado pode ler a homilia previamente preparada pelo pároco ou algum comentário aprovado.
      18. Os diáconos que presidem e os ministros leigos que orientam as CDAP participem sempre que possível na Missa, para o que se deverá garantir essa possibilidade no programa de celebrações e sua distribuição.
       19. Procurar-se-á em cada unidade pastoral que a planificação das celebrações dominicais contemple a rotatividade entre os vários ministros pelos diferentes lugares.
       20. Nas igrejas não paroquiais (capelas) onde não há culto dominical, procure-se, apesar disso, manter uma animação comunitária contínua (catequese de adultos, lectio divina, adoração do Santíssimo, oração do terço, via sacra, via lucis...).
       Conserve-se a presença do Santíssimo Sacramento apenas nos lugares onde há celebração da Eucaristia com a necessária frequência e culto eucarístico regular.
       21. O culto dominical deve tender sempre para a celebração da Eucaristia como alimento e celebração comunitária da fé católica.
Coimbra, 17 de maio de 2018
Virgílio do Nascimento Antunes
Bispo de Coimbra



[1] cf. Nota Pastoral sobre Festas Religiosas de Junho de 2004, Diocese de Coimbra.


10/09/2018

Carta aos sacerdotes da Diocese de Coimbra

Transcrevemos a carta que o Padre Manuel da Silva Martins escreveu na sequência do Simpósio do Clero, conforme ele mesmo explica:



Caro irmão sacerdote, 
As minhas saudações muito cordiais.
Ficará, possivelmente intrigado, com a presente missiva, pois, teve já oportunidade de ler, ou seguir, pelos meios de comunicação social, todo o desenrolar dos trabalhos do Simpósio do Clero de Portugal, realizado em Fátima, de 3 a 6 do presente mês de Setembro, no qual estiveram cerca de 480 participantes, vindos de todas as Dioceses de Portugal e de praticamente todos os Bispos de Portugal. Seria, assim, pura redundância. 
Apesar disso, na reunião por Dioceses foi uma das conclusões dos nossos participantes, com o Senhor Bispo, que seria bom escrever a todos os sacerdotes, não como informação mas como envolvimento e vivência do Simpósio. Por isso escrevo.
Sendo participante, desde o primeiro, há 25 anos, sinto que, efectivamente, o Simpósio, vale por si mesmo, pois nos habituou a que seja um lugar e ocasião de encontro das vá-rias gerações de sacerdotes, sensibilidades, procedências, experiências e saberes, sem faltar uma sã convivência e partilha fraternas e sempre com a participação do que de melhor existe, nas várias áreas, consoante a temática escolhida. Este ano não foi excepção, antes pelo contrário.
O tema geral, muito sugestivo «O Padre: ministro e testemunha da alegria do Evangelho», trouxe até nós, vindos de Roma, o cardeal D. Beniamino Stella, Prefeito da Congregação para o Clero e D. Jorge Carlos Patrón Wong, Secretário da mesma Congrega-ção, que trataram os temas: «O ministério sacerdotal no magistério do Papa Francisco», «A formação sacerdotal na Igreja do Futuro» e «A formação para a fidelidade e fecundidade no ministério»; Pablo d’Ors, teólogo e sacerdote espanhol, falou sobre «A Vida espiritual: alma do ministério sacerdotal»; D. Juan Maria Uriarte, bispo emérito de San Sebastian, falou sobre «O celibato sacerdotal: sua nobreza, dificuldades e etapas».
Intervieram ainda, para além do Presidente da Comissão, D. António Augusto Azevedo, na sessão de abertura dos trabalhos; o cardeal-patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente, ao evocar a vida de D. António Francisco dos Santos; D. António Couto, Bispo de Lamego, com o tema: “O Padre: ministro e testemunha da palavra” e testemunhos de vários sacerdotes sobre a sua “vivência pastoral em diferentes sectores”: 
O painel sobre a Pobreza (P. Manuel Mendes da Obra da Rua), Obediência (Carlos Carneiro (SJ), e Fraternidade (António Bacelar P. diocesano do Porto); 
O Workshop: “testemunhos presbiterais” ser padre nas prisões, hospitais, universidades, Forças Armadas; ser pároco na cidade, meio sub-urbano e mundo rural.
Tudo isto constituiu um verdadeiro manancial que a todos enriqueceu, proporcionou experiências fantásticas, muito difíceis de esquecer, juntamente com todos os outros aspectos de que atrás falei.
Faço votos para que os 13 participantes possam, agora, completar junto de todos os que não puderam participar, pelo seu testemunho, o que não consegui transmitir por escrito.
A todos abraço com amizade.
P.e Martins

01/09/2018

Calendário de Actividades 2018/2019 na Diocese de Coimbra

SETEMBRO
01 - Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação.
02 - XXII Domingo do TEMPO COMUM
04-07 - Simpósio do Clero - Fátima
09 - XXIII Domingo do TEMPO COMUM
11 - Conselho Permanente da CEP – Fátima - 10:30
12 - Secretariado de Coordenação Pastoral – 09:30-17:00
16 - XXIV Domingo do TEMPO COMUM
16 - Assembleia Diocesana do CPM – Condeixa
20 - Encontro de Formação dos adoradores (S. Tiago) – 20h15
21 - Preparação da Visita Pastoral – Pereira – 21:00
22 - Aniversário Natalício do Senhor Bispo
23 - XXV Domingo do Tempo Comum
23 - Abertura do Ano Pastoral - 15:00-18:00 - Rito de Admissão dos Candidatos ao Diaconado Permanente
26 - Conselho Episcopal - 9:30
30 - XXVI Domingo do Tempo Comum
30 - Santa Clara – Assembleia Paroquial
30 - Côja – Crisma

OUTUBRO
01 - Celebração do dia do idoso (SDPF)
02 - Recolecção do Clero - Seminário de Coimbra – 10:00-13:00
03 - Instituto Universitário Justiça e Paz - Abertura do Ano Pastoral
05-06 - Jornadas de Pastoral: presbíteros, diáconos e leigos
07 - XXVII Domingo do Tempo Comum
07 - Maiorca: Crisma
07 - Tábua: Crisma
09 - Conselho Permanente da CEP – Fátima - 10:30
10 - Reunião do Secretariado de Coordenação Pastoral – 09:30
11 - Preparação da Visita Pastoral - CAIC Cernache – 21:00
13 - Abertura do ano do CNE
14 - XXVIII Domingo do Tempo Comum
16 - Reunião de Arciprestes - 09:30
17 - Conselho Episcopal - 09:30
18 - Conselho Diocesano da Família – 21:00
20 - Conselho Pastoral Diocesano - 14:30
20 - XXXI Jornadas Nacionais da Pastoral Familiar - Fátima
20 - Abertura Solene das Aulas da Escola de Teologia e Ministérios e Escola Diocesana de Música Sacra - 10:30
20-21 - 1ª Coordenação Inter-Diocesana do MEJ Shalom
21 - XXIX Domingo do tempo Comum
21 - Ulteria Diocesana dos Cursos de Cristandade, em Mira (salão dos Bombeiros) - 10:00
21 - Castanheira de Pêra: Crisma
23 - Reunião dos padres novos – 10:00
28 - XXX Domingo do tempo Comum
28 - Encontro de Animadores da Catequese de Adultos – 15h00-18h00
28 - Ansião: Crisma

NOVEMBRO
01 - Solenidade de Todos os Santos
02 - Comemoração de Todos os Fiéis Defuntos
02-04 - Visita Pastoral: Ameal, Arzila, Pereira, Ribeira de Frades, Santo Varão e Taveiro
04 - XXXI Domingo do Tempo Comum
05 - 102º aniversário d'O Amigo do Povo
06 - Recolecção do Clero - Seminário de Coimbra -10:00-13:00
07 - Reunião do Secretariado de Coordenação Pastoral – 09:30
08-11 - Visita Pastoral: Ameal, Arzila, Pereira, Ribeira de Frades, Santo Varão e Taveiro
11 - XXXII Domingo do Tempo Comum - Início da Semana dos Seminários
12-15 - Assembleia Plenária da CEP – Fátima - 10:30
15 - Vigília de oração pelos seminários
15 - Encontro de Formação dos adoradores (S. Tiago) – 20h15
16 - Solenidade da Dedicação da Catedral: Sé Velha – 19:00
18 - Domingo XXXIII do Tempo Comum - Último dia da Semana dos Seminários
18 - Dia Mundial dos Pobres
20 - Preparação da Visita Pastoral – Ceira – 21:00
20-21 - Reunião do Conselho Presbiteral – 10:00
22-25 - Visita Pastoral: Almalaguês, Antanhol, Assafarge e Cernache
24 - XXIIIº Festival Diocesano da Canção Religiosa
24-25 - CPM Coimbra I
25 - XXXIV Domingo - Solenidade de Cristo Rei
27 - Reunião dos Bispos da Província Eclesiástica de Braga - Braga
28 - Reunião do Conselho Episcopal - 09:30
29-02 - Visita Pastoral: Almalaguês, Antanhol, Assafarge e Cernache
30-02 - Retiro Diocesano do Advento

DEZEMBRO
01 - Vigília de oração pela vida nascente, com Bênção das grávidas - Sé Nova – 21:00
02 - I Domingo do Advento - ANO C - Início do Advento e Lectio Divina
04 - Recolecção do Clero - Seminário de Coimbra – 10:00-13:00
05 - Reunião do Secretariado de Coordenação Pastoral – 09:30
06-09 - Visita Pastoral: Anobra, Belide, Bendafé Condeixa-a-Nova Condeixa-a-Velha, Ega, Figueiró do Campo, Furadouro Sebal Grande, Vila Seca, Zambujal.
08 - Solenidade da Imaculada Conceição
08 - Missa da Padroeira da Universidade de Coimbra – 12:00
09 - II Domingo do Advento
11 - Conselho Permanente da CEP – Fátima - 10:30
12 - Reunião de Arciprestes – 09:30
12 - Preparação da Visita Pastoral – Santo António dos Olivais – 21:00
13-16 - Visita Pastoral: Anobra, Belide, Bendafé Condeixa-a-Nova Condeixa-a-Velha, Ega, Figueiró do Campo, Furadouro Sebal Grande, Vila Seca, Zambujal.
16 - III Domingo do Advento
19 - Conselho Episcopal – 09:30
20-23 - Visita Pastoral: Anobra, Belide, Bendafé Condeixa-a-Nova Condeixa-a-Velha, Ega, Figueiró do Campo, Furadouro Sebal Grande, Vila Seca, Zambujal.
23 - IV Domingo do Advento - Encerramento da Visita Pastoral ao Arciprestado de Coimbra Sul
24 - Solenidade do Natal do Senhor – Missa da Noite - Sé Nova – 23:00
25 - Solenidade do Natal do Senhor – Missa do Dia - Sé Nova – 11:15
30 - Domingo da Sagrada Família - Dia Diocesano da Família - Festa dos jubilados (SDPF) – Sé Nova – 11:15
30 - Mealhada: Crisma

JANEIRO
01 - Solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus – Missa - Sé Nova – 11:15 - Dia Mundial da Paz
03-06 - Visita Pastoral: Castelo Viegas, Ceira, Torres do Mondego
06 - Solenidade da Epifania do Senhor
08 - Conselho Permanente da CEP – Fátima – 10:30
08 - Recolecção do Clero - Seminário de Coimbra – 10:00-13:00
09 - Reunião do Secretariado de Coordenação Pastoral – 09:30
09 - Preparação da Visita Pastoral – Nossa Senhora de Lurdes – 21:00
10 - Missa do 6º aniversário da Adoração Eucarística pelas vocações, na Igreja de S. Tiago – 18:30
11-13 - Visita Pastoral: São Bartolomeu
13 - Festa do Baptismo do Senhor
15-17 - Jornadas de Formação Permanente - Seminário de Coimbra
16 - Conselho Episcopal - 09:30
18 - Preparação da Visita Pastoral – Sé Nova – 21:00
18-25 - Oitavário de Oração pela Unidade dos Cristãos
20 - II Domingo do Tempo Comum
21 - Encontro de Padres Novos – 10:00
22-27 - Jornada Mundial da Juventude 2019 – Panamá
27 - III Domingo do Tempo Comum
30 - Preparação da Visita Pastoral – Santa Clara – 21:00
31 - Celebração do 20º Aniversário do Centro de Apoio à Família
31 Jan. a 3 Fev. - Curso de Cristandade 132 de homens

FEVEREIRO
01 - Vigília de Oração da Semana do Consagrado - Carmelo de Coimbra – 21:00
02 - Festa da Apresentação do Senhor – Missa do Dia do Consagrado – 21:00
02 - Reunião do Conselho Pastoral Diocesano - 09:30
03 - IV Domingo do Tempo Comum - Bênção das Crianças - Sé Nova – 11:15
05 - Recolecção do Clero - Seminário de Coimbra – 10:00-13:00
06 - Secretariado da Coordenação Pastoral - 09:30
06 - Preparação da Visita Pastoral – S– 21:00
07-10 - Visita Pastoral: Santo António dos Olivais, Dianteiro
07-10 - Curso de Cristandade 115 de senhoras
07 - Reunião de Arciprestes – 09:30
08-09 - E+novar19
10 - V Domingo do Tempo Comum
12 - Conselho Permanente da CEP – Fátima – 10:30
13 - Missa de Aniversário da Morte da Irmã Lúcia
13 - Reunião do Conselho Episcopal – 09:30
14 - Comemoração do Dia dos Namorados
14-17 - Visita Pastoral: Santo António dos Olivais, Dianteiro
16 - Conselho Nacional da Pastoral Familiar - Fátima
16-17 - CPM Oliveira do Hospital I
16-17 - CPM Pombal
17 - VI Domingo do Tempo Comum
19 - Reunião de Arciprestes – 09:30
20 - Preparação da Visita Pastoral – São Martinho do Bispo – 21:00
21-24 - Visita Pastoral: Nossa Senhora de Lurdes, Coselhas
23-24 - CPM Figueira da Foz
24 - VII Domingo do Tempo Comum
26 - Reunião dos Bispos da Província Eclesiástica de Braga - Coimbra
27-28 -   Reunião do Conselho Presbiteral - 10:00

MARÇO
01 - Missa do Dia da Universidade de Coimbra – 12:00
02-03 - Visita Pastoral: Santa Cruz, Sé Nova, Sé Velha
02-10 - Peregrinação Diocesana a Taizé
03 - VIII Domingo do Tempo Comum
05 - Recolecção do Clero: Seminário de Coimbra – 10:00-13:00
06 - Quarta-feira de cinzas - Missa na Sé Nova - 21:00
07-10 - Visita Pastoral: Santa Clara
09-10 - CPM Condeixa-a-Nova
10 - I Domingo da Quaresma - Lectio Divina
11-15 - Retiro da CEP
11-15 - Retiro do Clero – Mem Soares
15-17 - Retiro Diocesano da Quaresma
16 - Fórum Diocesano da Catequese de Adultos – Maiorca – 09h30-17h00
16-17 - Visita Pastoral: Santa Cruz, Sé Nova, Sé Velha
17 - II Domingo da Quaresma
19 - Encontro de Padres Novos – 10:00
19-24 - Visita Pastoral: São João Batista, São José
20 - Conselho Episcopal - 09:30
24 - III Domingo da Quaresma - Dia Cáritas
24 - Tempo de Adoração Comunitária às 16h (S. Tiago)
26 - Reunião de Arciprestes – 09:30
28-31 - Visita Pastoral: São João Batista, São José
29-30 - 24 Horas para o Senhor (S. Tiago dia 29 às 8h-dia 30 às 20h)
30 - CPM Mira
31 - IV Domingo da Quaresma
31 - Retiro Diocesano de Casais

ABRIL
02 - Recolecção do Clero: Seminário de Coimbra – 10:00-13:00
03 - Reunião do Secretariado de Coordenação Pastoral – 09:30
04-07 - Visita Pastoral: São Martinho do Bispo
06 - CPM Mira
06-07 - Convívio Nacional do MEJ Shalom
06-07 - CPM Coimbra IV
07 - V Domingo da Quaresma - Início da Semana de Oração pelas Vocações
09 - Conselho Permanente da CEP – Fátima – 10:30
11-14 - Visita Pastoral: Santa Cruz, Sé Nova, Sé Velha
13-14 - CPM Penacova
14 - Domingo de Ramos – Missa, na Sé Nova - 11:00 - Dia Mundial da Juventude
18 - Quinta-feira Santa - Missa Crismal - Sé Nova – 10:30
18 - Missa da Ceia do Senhor - Sé Nova - 21:00
19 - Sexta-feira Santa
19 - Ofício de Leitura e Laudes - Sé Velha – 09:30
19 - Celebração da Paixão do Senhor - Sé Nova -15:00
19 - Via Sacra - Seminário de Coimbra – 21:30
20 - Vigília Pascal - Sé Nova – 21:30
21 - Domingo de Páscoa - Missa - Sé Nova - 11:15
27-28 - CPM Arganil
28 - II Domingo da Páscoa
29-02 - Assembleia Geral da CEP

MAIO
01 - Encontro / Peregrinação de Adoradores (S. Tiago)
03 - Reunião do Conselho Episcopal – 09:30
04 - Reunião do Conselho Pastoral Diocesano - 14:30
05 - III Domingo da Páscoa: Dia da Mãe - Início da Semana de Oração pelas Vocações
06-08 - Alpha Londres 2019
07 - Recolecção do Clero: Seminário de Coimbra –10:00-13:00
09 - Vigília de oração pelas vocações – S. Martinho do Bispo - 21:00
12 - IV Domingo de Páscoa: Dia Mundial de Oração pelas Vocações
13 - Festa de Nossa Senhora de Fátima
12-20 - Semana da Vida
15 - Dia Internacional da Família
15 - Reunião do Secretariado de Coordenação Pastoral – 09:30
18 - Bênção das grávidas – Sé Nova – 18:00
18-19 - CPM Coimbra I
18-19 - CPM Condeixa-a-Nova
18-19 - CPM Pombal
19 - V Domingo da Páscoa
19 - Ministérios Laicais - Sé Nova -16:00
21 - Reunião dos Bispos da Província Eclesiástica de Braga - Aveiro
22-23 - Reunião do Conselho Presbiteral: 10:00
26 - VI Domingo da Páscoa – XXIIIª Festa das Famílias
28 - Conselho Episcopal – 09:30
28 - Reunião de preparação da Bênção das Pastas – 21:15
30 Mai. a 2 Jun. - Curso de Cristandade 133 de homens

JUNHO
01 - Bênção das Pastas – Sé Nova - 11:00
02 - Ascensão do Senhor
02 - Bênção das Pastas – Sé Nova - 11:00
04 - Recolecção do Clero - Seminário de Coimbra – 10:00-13:00
05 - Reunião do Secretariado da Coordenação Pastoral – 09:30
07-10 - Curso de Cristandade 116 de senhoras
08 - Sé Nova – Crisma - 11:00
08 - Sé Nova – Crisma - 16:00
08-09 - CPM Coimbra IV
09 - Domingo de Pentecostes
11 - Reunião do Conselho Episcopal – 09:30
12 - Reunião de Arciprestes – 09:30
16 - Solenidade da Santíssima Trindade: Dia da Igreja Diocesana - Celebração por Unidade
17-19 - Jornadas Pastorais da CEP
20 - Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo – Missa e Procissão – Ig. S. Cruz – 16:00
23 - XII Domingo do Tempo Comum
24-26 - Encontro dos Padres Novos
26 - Instituto Universitário Justiça e Paz - Encerramento das Actividades
27 - Encontro de Formação dos adoradores – 20:15
28 - Solenidade do Sagrado Coração de Jesus - Assembleia Diocesana do Clero
28-30 - CPM Oliveira do Hospital II
29 - Solenidade de S. Pedro e S. Paulo, Apóstolos
29-30 - CPM Figueira da Foz
30 - XIII Domingo do Tempo Comum - Ordenações - Sé Nova – 16:00

JULHO
01-05 - Retiro do Clero – 2º Turno - Fátima
04 - Santa Isabel de Portugal
07 - XIV Domingo do Tempo Comum
07 - Assembleia de encerramento da Catequese de Adultos 15h00-17h30
09 - Conselho Permanente da CEP – Fátima - 10:30
10 - VIIIº aniversário da entrada de D. Virgílio Antunes, na Diocese
10 - Reunião do Secretariado de Coordenação Pastoral - 09:30
11 - Reunião do Conselho Episcopal - 09:30
14 - XV Domingo do Tempo Comum
20 - Peregrinação Diocesana a Fátima
21 - XVI Domingo do Tempo Comum
22-04 - Campos de Férias SDPJ
26-28 - Retiro Diocesano do Verão
28 - XVIII Domingo do Tempo Comum
28 - Bênção dos avós - Sé Nova - 11:15

AGOSTO
15-23 - Romaria do Divino Senhor da Serra
18-24 - Grande Encontro do MEJ Shalom

02/08/2018

Precisa-se de boa música

A “música pimba” um dos factores que mais contribui para a diluição da identidade cristã das chamadas “festas religiosas” que proliferam por todo o país no Verão. É um género musical português que se caracteriza pela pobreza musical e, sobretudo, pela brejeirice dos trocadilhos sexuais. Para além do prejuízo cultural, destrói a acção pastoral: o que vai ficar no ouvido depois da festa não é a pregação da fé, mas as músicas que exaltam o adultério e o sexo antes do casamento. É isto que nós, a Igreja, andamos a promover em festas que (teoricamente) são organizadas por nós! «em honra de Nossa Senhora…», ou «em honra de [tal Santo]», dizem os cartazes. Claro que não somos nós que vamos impedir as pessoas de ouvir má música; mas é bastante grave sermos nós a promovê-la, ou, pelo menos, a permiti-la.
Penso que a Igreja podia criar uma espécie de “Serviço de Música Popular”, uma comissão de peritos que estudasse e aprovasse boa música, ao gosto popular, que não ofendesse os valores cristãos, para ser tocada em exclusivo nas nossas festas. Tenho a certeza que há-de haver música assim em quantidade suficiente para preencher bem toda uma festa sem repetições e com muito mais qualidade. Claro que, para isso, é preciso estar bem por dentro do assunto: conhecer canções e cantores, saber o que agrada ao povo… sem desagradar a Deus!
Ou então, por que não a Igreja desafiar alguns artistas populares a fazer música para as festas de acordo com estes critérios? Afinal, em todas as épocas, a Igreja sempre foi quem mais promoveu a evolução cultural e o progresso da civilização.
Padre Orlando Henriques

31/07/2018

Nomeações do 2018-2019

Dom Virgílio Antunes, Bispo de Coimbra, publicou hoje mesmo as nomeações do clero para o próximo ano pastoral: 

DIOCESE DE COIMBRA
NOMEAÇÕES 2018-2019

ARCIPRESTADO DO ALTO MONDEGO

P. António Mendes Antunes – é dispensado da missão de pároco de Arrifana, Lavegadas, Santo André e São Miguel de Poiares.

P. Pedro Jorge Silva Simões – é nomeado pároco de Lavegadas, Arrifana, Poiares e Santo André de Poiares, continuando pároco de Cadafaz, Colmeal, Góis e Vila Nova do Ceira.

Diác. Manuel Cabral Henriques Lopes – é nomeado colaborador do P. Pedro Jorge Silva Simões, nas paróquias de Lavegadas, Arrifana, São Miguel e Santo André de Poiares, Cadafaz, Colmeal, Góis e Vila Nova do Ceira.

ARCIPRESTADO DO BAIXO MONDEGO

P. Jorge Miguel Santos Carvalho – é nomeado pároco de Alfarelos, Brunhós, Figueiró do Campo, Granja do Ulmeiro e Vila Nova de Anços.

Diác. Carlos Alberto Martinho da Silva – é nomeado colaborador do P. João Octávio Brasil de Andrade Pereira nas paróquias de Arazede, Gatões, Liceia e Seixo de Gatões.

ARCIPRESTADO DE CANTANHEDE

P. Vidal Augusto André Nogueira – é nomeado pároco de Bolho, Cordinhã, Murtede, Ourentã e Sepins.

P. Diamantino da Cruz Vieira – é nomeado pároco de Cadima, continuando pároco de Sanguinheira e Tocha; é dispensado da missão de pároco de Bom Sucesso.

ARCIPRESTADO DE CHÃO DE COUCE

P. Manuel Ventura Pinho – é dispensado da missão de pároco de Ansião e Cumeeira.

P. João Fernando Marques Dias – é nomeado pároco de Alvorge, Ansião, Degracias, Lagarteira, Pombalinho, Santiago da Guarda e Torre de Vale Todos.

P. Joaquim David – é nomeado vigário paroquial de Alvorge, Ansião, Degracias, Lagarteira, Pombalinho, Santiago da Guarda e Torre de Vale Todos.

Diác. João Nuno Frade Marques Castelhano – é nomeado colaborador do P. João Fernando Marques Dias, nas paróquias de Alvorge, Ansião, Degracias, Lagarteira, Pombalinho, Santiago da Guarda e Torre de Vale Todos.

P. António Coelho de Carvalho – é dispensado da missão de pároco de Pombalinho e é nomeado pároco de Cumeeira, continuando pároco de Espinhal, Santa Eufémia e São Miguel de Penela, Podentes e Rabaçal.

ARCIPRESTADO DE COIMBRA NORTE

P. Rodolfo Santos Oliveira Leite – é nomeado pároco de Barcouço, continuando pároco de Casal Comba, Mealhada, Vacariça e Ventosa do Bairro.

Diác. José Simões Laranjeira – é nomeado colaborador do P. Rodolfo Santos Oliveira Leite nas paróquias de Barcouço, Casal Comba, Mealhada, Vacariça e Ventosa do Bairro e do P. Carlos Alberto da Graça Godinho nas paróquias de Luso e Pampilhosa.

P. Manuel de Jesus – é nomeado pároco de Vil de Matos, continuando pároco de Ançã, Curato de São Facundo, São João do Campo e Antuzede.

P. Afonso Makiadi dos Santos – é nomeado vigário paroquial de Ançã, Antuzede, Curato de São Facundo, São João do Campo e Vil de Matos.

ARCIPRESTADO DE COIMBRA SUL

P. Idalino Simões e P. Jorge Germano Dias de Brito – são dispensados da missão de párocos in solidum de Figueiró do Campo, continuando com as outras nomeações.

ARCIPRESTADO DE COIMBRA URBANA

P. Francisco Elói Martinho Prior Claro – é nomeado vigário paroquial de Santa Cruz de Coimbra.

ARCIPRESTADO DA FIGUEIRA DA FOZ

P. Nuno Filipe Fachada Fileno – é nomeado pároco de Bom Sucesso, continuando pároco de Alhadas, Brenha, Ferreira-a-Nova, Maiorca e Vila Verde.

ARCIPRESTADO DO NORDESTE

P. Manuel da Silva Paiva – é nomeado pároco in solidum, com a função de moderador, de Ázere, Candosa, Carapinha, Covas, Covelo, Espariz, Meda de Mouros, Midões, Mouronho, Pinheiro de Côja, Póvoa de Midões, São João da Boavista, Sinde, Tábua e Vila Nova de Oliveirinha.

P. Daniel José Figueiredo Mendes – é nomeado pároco in solidum de Ázere, Candosa, Carapinha, Covas, Covelo, Espariz, Meda de Mouros, Midões, Mouronho, Pinheiro de Côja, Póvoa de Midões, São João da Boavista, Sinde, Tábua e Vila Nova de Oliveirinha.

P. João Creoulo Prior – é dispensado da missão de pároco in solidum de Dornelas do Zêzere, Cabril, Fajão, Janeiro de Baixo, Machio, Pampilhosa da Serra, Portela do Fôjo, Unhais-o-Velho e Vidual de Cima.

P. Orlando José Guerra Henriques – é nomeado pároco de Dornelas do Zêzere, Cabril, Fajão, Janeiro de Baixo, Machio, Pampilhosa da Serra, Portela do Fôjo, Unhais-o-Velho e Vidual de Cima.

ARCIPRESTADO DE POMBAL

P. António Nogueira Torres – é dispensado da missão de pároco de Guia, Ilha e Mata Mourisca.

P. Fernando Rodrigues de Carvalho – é nomeado pároco de Guia, Ilha e Mata Mourisca.

OUTROS SERVIÇOS

Cón. Mons. André Gaspar Almeida Freire – é dispensado da missão de chanceler da Diocese de Coimbra.

P. António Joaquim Farinha Domingues – é nomeado chanceler da Diocese de Coimbra.

P. António Manuel Neto Samelo – é dispensado da missão de pároco e é nomeado capelão do Centro Hospitalar Universitário de Coimbra, continuando coordenador da Comissão Diocesana da Catequese de Adultos.

P. João Fernando Marques Dias – é nomeado assistente diocesano do Movimento dos Cursos de Cristandade.

P. Luís Francisco Cordeiro Marques – é dispensado de capelão do Centro Hospitalar Universitário de Coimbra.

P. Nuno Miguel dos Santos – é nomeado assistente do Secretariado Diocesano da Pastoral da Família, em fase de reconstituição, continuando com as outras nomeações.

Cón. Sertório Baptista Martins – é dispensado da missão de assistente diocesano do Movimento dos Cursos de Cristandade e de assistente do Secretariado Diocesano da Pastoral da Família, continuando com as outras nomeações.


Coimbra, 31 de Julho de 2018

Virgílio do Nascimento Antunes
Bispo de Coimbra

29/07/2018

Ovelhas sem pastor


«Vinde coMigo para um lugar isolado e descansai um pouco», disse Jesus aos Apóstolos, convidando a um tempo não tanto de férias, mas, mais propriamente, de retiro espiritual, de que todo o cristão necessita para se re-encontrar o Senhor.
Mas, daquela vez, o tempo de descanso de Jesus com os Apóstolos foi de pouca dura: logo ao desembarcar, «Jesus viu uma grande multidão e compadeceu-Se de toda aquela gente, porque eram como ovelhas sem pastor». Esta multidão de ovelhas sem pastor é a nossa sociedade actual, que vive como se Deus não existisse, esgotando a vida de experiência em experiência, de aventura em aventura, na ânsia de se saciar, mas sem conseguir: porque nem sonham que a única fonte que sacia a sede de infinito é Deus, a Quem eles rejeitaram. Sem Pai do Céu, é uma sociedade “órfã”. Às vezes, ainda soa, lá no fundo, um resquício de Deus, umas recordações de infância… mas identidade está diluída. Não só a identidade cristã: qualquer identidade! Vivem-se vidas descartáveis: nas relações, muitos fazem do outro um descartável e, sem se aperceberem, fazem-se descartáveis também a si próprios; e depois, o vazio… É o domínio do relativismo: tudo é relativo: as ideias, as relações, os valores morais, que são construídos à medida das conveniências de cada um… Por isso a desorientação.
Esta sociedade desorientada de hoje é que é a multidão de «ovelhas sem pastor» de que Jesus, novamente, Se compadece. Sim, a atitude certa perante esta multidão não é a raiva nem a condenação fácil, mas sim a compaixão. Compaixão não é ter “pena”, não é desprezar, mas sim amar, ajudando a “sair do buraco”, como fez Jesus: «e começou a ensinar-lhes muitas coisas».
Padre Orlando Henriques

28/07/2018

Salvo por milagre… para ser padre!


O Diácono João Nuno Castelhano, natural do Seixo de Mira (paróquia de onde têm brotado muitas vocações sacerdotais), é o mais recente diácono da Diocese de Coimbra, ordenado no passado dia 24 de Junho, juntamente com os três novos sacerdotes da nossa Diocese. Está a estagiar na unidade pastoral de Alvaiázere e foi ordenado diácono a caminho do sacerdócio. Ao semanário diocesano Correio de Coimbra ele contou o seu impressionante testemunho de vida. De facto, há vidas que mostram bem como a vida é um milagre e um dom maravilhoso de Deus a que devemos corresponder com toda a entrega e generosidade.

Filho de um diácono permanente, João Nuno conta que «o despertar para a vocação presbiteral surgiu na minha família e na minha paróquia». Aliás, ele considera que «ao longo de todo este percurso a minha família foi o “porto seguro”: os meus pais, os meus irmãos, os meus avós, tios e primos, e também a paróquia do Seixo, comunidade que me ajudou, e ajuda, a crescer». É o segundo de quatro filhos e nasceu «prematuro, pequeno e frágil». «Aos 6 anos, eu e o meu irmão (com 8 anos), sofremos um grave acidente na brincadeira: ficámos presos na bagageira de um carro comercial num dia de extremo calor; fiquei tão mal que os médicos que nos assistiram no hospital chegaram a dizer aos meus pais que provavelmente eu não resistiria. Depois de induzido em coma, ao fim de alguns dias comecei a minha recuperação, e uma das primeiras coisas de que falei – dizem-me – foi de Nossa Senhora de Fátima! (E, depois, de tractores e vacas!, da minha vida da aldeia, no Seixo de Mira, de onde sou natural). Passados alguns dias voltei a andar e comecei a reaprender a falar. (Um dos médicos dizia: “Ainda dizem que não há milagres!”). Voltei à escola, com muitas dificuldades (andei três anos no primeiro ano), mas os meus pais queriam que eu aprendesse a ler e a escrever. Depois, os professores e médicos que me acompanhavam acharam que eu tinha condições para continuar os estudos, e continuei tranquilamente. No 7º ano escolar ingressei no ensino alternativo, na área da agricultura».

Mas, ao mesmo tempo, surgia o chamamento de Deus a ser padre… «Comecei a ir ao pré-seminário (com o Padre Pedro Luís) pelos 10/11 anos. […] No carnaval do meu 12º ano fui a Taizé, e foi aí que, estando a concluir o percurso do Pré-seminário, me senti chamado. Então, em conversa com o Pe. Nuno Santos, aceitei o desafio de ingressar no seminário, o que veio a acontecer no dia 5 de Outubro 2009». Entretanto, concluiu o curso de Teologia no ano passado e tem estado a estagiar.

Quanto à vida sacerdotal, que já vislumbra pela frente, diz: «quero poder ajudar aqueles que me rodeiam a sentirem o Amor de Deus por cada ser humano, tal como eu tenho sentido na minha vida». E lança um apelo: «Aproveito para me dirigir aqueles que andam em busca da sua vocação. Não tenham medo. Por vezes o caminho parece longo, as dificuldades intransponíveis, mas não estamos sós no caminhar. Pois Jesus caminha connosco. E se «há mais alegria em dar do que em receber», «nunca se cansem de fazer o bem!»* e abram o coração ao Amor de Deus.»

* Claramente, o Diácono João Nuno Castelhano faz aqui uma citação do Cónego Aníbal Castelhano.

18/06/2018

Três novos padres e um diácono para a Diocese de Coimbra

Eis os quatro jovens da nossa Diocese que são ordenados no próximo Domingo, dia 24 de Junho, às 16h00, na Sé Nova, por D. Virgílio Antunes, dos quais três já são diáconos e vão ser ordenados sacerdotes, e um vai ser ordenado diácono, a caminho do sacerdócio.
Na foto, da esquerda para a direita, temos:
— o Diác. Daniel Mendes, natural de Soure, que está a colaborar na Unidade Pastoral de Tábua e vai ser ordenado padre;
— o Diác. Francisco Prior Claro, natural de Ourentã (Cantanhede), que está a colaborar na paróquia de S. Cruz de Coimbra e vai ser ordenado padre;
— o Diác. Jorge Carvalho, natural de Assafarge, que está a colaborar na Unidade Pastoral Figueira-Rio (Figueira da Foz) e vai ser ordenado padre;
— e o seminarista-estagiário João Nuno Castelhano, natural do Seixo de Mira, que está a estagiar na Unidade Pastoral de Alvaiázere e vai ser ordenado diácono.
Demos graças a Deus e acompanhemo-los, também, com a nossa oração.

(leia mais na nossa edição em papel)

03/06/2018

É outra música

Na música, as dissonâncias também têm lugar. E não estou a falar dos desvarios de certa música contemporânea! Mesmo na música mais “clássica” e harmoniosa, por vezes, há certas notas de passagem que causam uma dissonância transitória que é imediatamente resolvida. Não se trata de fazer dissonâncias de qualquer maneira: objectivo é criar uma certa tensão que, ao ser resolvida, tem um resultado harmonioso. Aquilo que, à primeira vista, parecia ser um desacerto tolo produz um efeito delicioso. Os bons músicos, que conhecem bem a arte da harmonia, jogam com essas dissonâncias que são imediatamente resolvidas para dar sabor à música. Também é assim na nossa vida e na nossa fé. As dúvidas e as dificuldades fazem parte do percurso normal, mesmo que seja amargas e “dissonantes” enquanto o “acorde” não se concerta. Desejaríamos, talvez, não ter dúvidas de fé… Mas ter dúvidas é natural, o que é preciso é dar-lhes a volta por cima.  Embora a dúvida, em si mesma, seja um desacerto desconfortável, se for bem resolvida, no final a nossa fé torna-se mais forte, mais esclarecida, menos ingénua. Também com o sofrimento assim acontece. Na 2ª leitura de hoje, São Paulo diz palavras iluminadoras sobre esta nossa condição de cristãos na terra: somos oprimidos, mas não esmagados; perplexos, mas não desesperados; perseguidos, mas não abandonados; abatidos, mas não aniquilados. Ou seja, Deus não nos livra do sofrimento, mas com a cruz de Cristo (que é a nossa glória!) o sofrimento ganha um sentido diferente. Deus é esse compositor genial que compôs a música que é a nossa vida, que também tem as suas “dissonâncias”. Cabe-nos a nós saber tocar essa música com arte e com alma. E tudo fará sentido no acorde final na vida eterna!
Padre Orlando Henriques

27/05/2018

Santíssima Trindade - nem podia ser de outra maneira!

Como entender o mistério da Santíssima Trindade? Um só Deus, mas três Pessoas! Três pessoas que não são três deuses, mas cada uma delas é Deus, e todas são Deus sem deixar de ser um único Deus! Parece confuso, mas tudo faz sentido se compreendermos que Deus é amor!
Faz sentido que Deus, Aquele que é o princípio de tudo, seja um só Deus, e não haja mais nenhum outro. Ele é o princípio de tudo, é o princípio sem princípio, por isso faz sentido que seja um só. Mas Aquele que criou esta “máquina” maravilhosa que é o universo e a colocou a trabalhar na perfeição como um relógio, não é apenas um “relojoeiro”: Ele é amor. Ora, o amor não é solitário: quem ama, ama alguém. Portanto, era necessário que houvesse alguém a quem Deus amasse desde o princípio.
Mas quem? Nem o ser humano nem criatura nenhuma existia desde o princípio: na eternidade sem começo, só Deus existia, porque só Ele é eterno. Além disso, não foi por necessidade de ter alguém a quem amar que Ele criou o ser humano (nem os anjos, nem nada do que existe); se nos criou foi porque quis, por dom amoroso totalmente gratuito, e não por necessidade.
Por isso, se Deus é amor, e se, desde a eternidade, não existia mais ninguém além de Deus, ninguém a quem Deus amasse, então é porque Deus tem de ser amor em Si mesmo, de forma absoluta (afinal, estamos a falar de Deus). Entendemos, então, que Deus seja, em Si mesmo, não uma Pessoa solitária, mas uma comunhão de três Pessoas, sem, no entanto, deixar de ser um só único Deus.
Podia parecer que não fazia sentido nenhum Deus ser três Pessoas e ser um só Deus; mas, se tivermos em conta que Deus é amor, percebemos que nem podia ser de outra maneira!
Nas nossas famílias, um pai é sempre mais velho do que o seu filho: o pai já existia antes de gerar o filho; no entanto, ele não existia enquanto pai, o pai só passa a ser pai a partir do momento em que há filho! O pai começa a existir “enquanto pai” ao mesmo tempo que o filho; ele já existia antes, mas não era pai.
Agora, imaginemos um pai que só existe enquanto pai… Alguém cuja essência fosse gerar, e que não pudesse existir senão enquanto gerador, ou seja, enquanto pai… É o que se passa na Santíssima Trindade: o Pai não existia antes do Filho, mas desde a eternidade sem começo (e até à eternidade sem fim) o Pai gera e o Filho é gerado; e o Espírito Santo é a união entre os dois. De tal modo que as três Pessoas divinas são igualmente eternas, da mesma “idade”. Só assim poderiam ser um só Deus.
O Espírito Santo é a união entre o Pai e o Filho, mas não é uma “união” abstracta: Ele é Pessoa! Ser pessoa não significa ter um corpo (como as pessoas humanas). Ser pessoa é: ser individual (é um, distingue-se dos outros); ter natureza racional; e viver em relação com outras pessoas. Atenção: o Espírito Santo não é nenhuma espécie de “mãe” na Santíssima Trindade!
Algumas imagens antigas pretendem representar a Santíssima Trindade: o Pai representado na figura de um venerável ancião de barbas (normalmente brancas), sentado num trono, a segurar a cruz onde está o Filho, e o Espírito Santo representado em figura de pomba, normalmente entre o Pai e o Filho… Porém, Deus é espírito, e o que é espírito não se pode ver, nem sequer tem uma figura que se possa representar.
Portanto, Deus Pai não é um velhinho de barbas brancas, como vemos nessas imagens. Essa é apenas uma forma que os artistas arranjaram para O poderem representar, mas a verdade é que Deus, pura e simplesmente, não tem figura nenhuma, pois é espírito. Não é por acaso que o Antigo Testamento proíbe fazer imagens de Deus: como Deus não tem figura que seja representável, qualquer imagem que se tentasse fazer d’Ele seria uma imagem errada, um ídolo. Por isso, as tais imagens da Santíssima Trindade são, normalmente, muito antigas: houve uma época em que se começaram a fazer, mas, depois, foram proibidas (ou, pelo menos, desaconselhadas), para evitar o engano em que podem induzir, ao representar O que é irrepresentável.
O Espírito Santo também não é uma pomba. Pode assumir essa figura para Se tornar visível, mas isso não quer dizer que seja essa a Sua figura. Quando é preciso, Ele torna-Se visível dessa maneira, mas também de outras, como línguas de fogo. O Espírito Santo nem é uma pomba nem é línguas de fogo: o facto de Ele aparecer tanto de uma forma como de outra, quer dizer, precisamente, que Ele não tem nem uma forma nem outra, mas apenas assumiu essas figuras quando foi necessário tornar-Se visível.
O mesmo não se pode dizer de Jesus Cristo: ao fazer-Se homem, encarnando no seio da Virgem Maria, Ele passa a ter uma figura visível (não tinha, mas passa a ter), pois é homem como nós, sem deixar de ser verdadeiro Deus. No tempo de Moisés, não era permitido fazer imagens de Deus porque Jesus ainda não tinha encarnado; mas a partir do momento em que Deus Se faz homem, passa a ter uma figura visível e já podemos representá-l’O, fazendo imagens de Jesus. No entanto, continuamos a não poder adorar essas imagens, pois são apenas imagens (só as veneramos; O que adoramos, isso sim, é o Santíssimo Sacramento, que não é apenas uma representação, mas é o próprio Jesus ali presente). Continuamos a não ter uma imagem de Deus Pai, mas Jesus, fazendo-Se homem e vindo até nós, torna-Se o rosto visível de Deus.
Padre Orlando Henriques

13/05/2018

A 13 de Maio...

Exactamente um ano depois do centenário das aparições de Fátima, vale a pena recordar (para viver!) a mensagem de penitência e oração (ou seja, de amor!) que Nossa Senhora nos trouxe e que não é mais do que uma actualização do Evangelho. 101 anos depois, a mensagem de Fátima não está velha: pelo contrário, ela é mais para os dias de hoje do que para 1917. Vejamos: só no ano 2000 é que foi revelada a terceira parte do “segredo de Fátima”. Portanto, se a mensagem só foi conhecida na totalidade há 18 anos, quer dizer que Fátima não é uma velharia do passado, mas uma profecia que se está hoje a concretizar. Na Sua Sabedoria, Deus semeou uma “semente” em 1917 que se tornou “árvore” ao longo do século XX, e hoje, mais do que nunca, estamos a colher os seus frutos. A mensagem de Fátima é mesmo para os nossos dias. Um dos pontos principais da mensagem é o terço diário: “rezem o terço todos os dias”, insiste Nossa Senhora em todas as aparições. Rezar o terço era uma prática mais usual naquele tempo do que hoje: já por aqui se vê que a mensagem de Fátima está muito mais actual para os dias de hoje do que para aquele tempo! Outro ponto essencial é a devoção ao Imaculado Coração de Maria, que se concretiza especialmente na devoção dos 5 primeiros sábados, que Nossa Senhora pediu: durante 5 meses seguidos, no primeiro sábado de cada mês, confessar-se, comungar, rezar o terço e meditar durante 15 minutos sobre os mistérios do rosário, tudo isto feito com a intenção de desagravar o Imaculado Coração de Maria. O objectivo é claro: levar à conversão de vida, e à intimidade com Deus. Hoje é habitual muitos comungarem sem estarem preparados, sem se confessarem; e a oração de meditação também não faz parte dos hábitos diários de muita gente. Por isso, uma vez mais, vemos como a mensagem de Fátima é especialmente oportuna e urgente no nosso tempo.
Padre Orlando Henriques

05/05/2018

Diác. Francisco vence Prémio Rainha Santa

Francisco Martinho Elói Prior Claro é um diácono candidato ao sacerdócio da Diocese de Coimbra (actualmente a colaborar na paróquia de Santa Cruz de Coimbra) natural de Ourentã (Cantanhede), que completou neste ano lectivo o Mestrado em Teologia na Faculdade de Teologia da Universidade Católica Portuguesa (centro regional do Porto) com 18 valores, sendo o melhor aluno a completar o curso de Teologia no Porto este ano. Isso faz dele o vencedor do Prémio Rainha Santa Isabel, um prémio instituído pela primeira vez este ano, por iniciativa da Ordem Terceira Franciscana, para distinguir, em cada ano, o melhor aluno a terminar o Mestrado em Teologia na Universidade Católica do Porto.
O Diác. Francisco está de parabéns e a vitória deste prémio (com o nome da padroeira de Coimbra) é uma honra para a nossa Diocese.

29/04/2018

AO CALOR DA FOGUEIRA (29-04-2018)

– Vamos ver se, logo no início do mês de Maio, passamos os nossos encontros para a sombra do seu castanheiro, Tio Ambrósio! A modos que estou a ficar saturado de chuvas e trovoadas…
– Qualquer dia estás a pedir a Deus que envie uns aguaceiros e umas noites mais frescas, Carlos! Somos todos assim, nunca estando satisfeitos com o que a natureza nos dá. Se está chuva, queremos sol; se está sol, queremos chuva. Neste assunto estou como o Quintino, que por aqui passou um dia destes para me convidar para o seu aniversário. Dizia-me ele que ainda bem que não somos nós a comandar o tempo que há-de fazer em cada dia. Se fora assim, a bulha entre todos e o desacordo das partes seriam muito maiores que o que por vezes enxergamos na nossa assembleia da república.
– Bem observado, Tio Ambrósio! Aquilo, de quando em quando, parece andar por lá o diabo à solta…
– E umas vezes o mafarrico veste calças e, logo no dia seguinte, já veste saias. É só para confundir o pessoal, Carlos!
– Ele é um artista para armar confusões, Tio Ambrósio! Parece-me mesmo que não há maior especialista em tentar baralhar o juízo dos cidadãos do que esse a que o povo apelida de “o tal amigo”…
– E que alguns dizem que nem sequer existe, Carlos! Tu acreditas na existência do Diabo?
– Acredito, e quase que até ia jurar que já o vi mais que uma vez!
– A sério, Carlos? Não digas isso muito alto, porque ainda te pode acontecer seres abordado por algum jornalista para lhe concederes uma entrevista em exclusivo sobre esses teus encontros e diálogos com o chefe dos demónios…
– Não vamos tão longe, Tio Ambrósio! Eu não disse que já entabulei conversa com ele, mas que me parece que já o devo ter visto por mais que uma vez.
 – E não te disse nada, mesmo nada, Carlos?
– Não, porque eu não lhe dou autorização para isso! Quando me parece que é ele mesmo, ou disfarçado em figura de gente, eu faço logo o sinal da cruz, e sinto-me em paz. Porque ele gosta muito de armar confusões, de iludir as pessoas, de levar a juventude a pensar que só o dinheiro é que nos pode fazer felizes, e de nos acometer com outras ciladas mais ou menos encapotadas… mas com a Cruz não quer nada!
– Eu sempre ouvi dizer que alguns fogem do trabalho como o Diabo foge da Cruz! Será por essa razão, Carlos?
– Evidentemente, Tio Ambrósio! E olhe que, além do que lhe disse, eu estou convencido que, tal como ele se atreveu a tentar o próprio Jesus no deserto, hoje vai-nos tentando de todas as formas e feitios, a todos os dias e a todas as horas…
– Estás mesmo convencido disso?
– Claro! Até foi vossemecê que um dia me ensinou que o demónio “vagueia pelo mundo para a perdição das almas”. Certamente que o Tio Ambrósio ainda não mudou de ideias, sobretudo em matéria de doutrina.
– É verdade que não mudei, Carlos! Eu estava só a experimentar-te, para ver se és um homem de convicções firmes, ou se também és dos que se deixam ir na onda modernista que afirma a não existência do Demónio! Aliás, eu penso que essa de fazer pensar os homens e as mulheres que ele não existe, é precisamente uma das suas maiores tentações. Já o Papa Beato Paulo VI o afirmou numa das suas catequeses ao povo reunido na Praça de S. Pedro. De facto, se o pessoal se convencer que ele não existe, deixa-lhe caminho livre para actuar à sua vontade, para inventar mais um sem-número de disfarces, pois como tu disseste e muito bem, ele é um mestre exímio em se disfarçar das mais diversas formas e feitios. Antes de mais, tem uma lábia que só visto. Por vezes, e sabendo que por esse lado ninguém o ultrapassa, fico mesmo a pensar se ele não incarnará na pessoa de alguns deputados e deputadas, que têm resposta para tudo, que fazem as propostas mais estapafúrdias como se fossem coisa séria e honesta…
– Esse é um dos truques, Tio Ambrósio! O mafarrico gosta de passar por um cavalheiro sério, sempre bem-posto e bem relacionado…
– Cavalheiro ou cavalheira, Carlos! De resto eu não sei se não foi ele a inspirar essa de se apresentar para discussão e aprovação uma lei que permita que seja cada um a decidir, aí por volta dos dezasseis anos, se quer pertencer ao género masculino, ou se prefere ser feminino, para assim iludir ainda mais facilmente toda a sua clientela…
– Quando aparecem assim ideias estranhas, o povo costuma dizer que “uma dessas não lembrava sequer ao diabo”.
– Mas o que esqueceu ao tal amigo lembrou a alguns dos seus comparsas presentes na nossa assembleia de deputados, eles e elas. Eu não sei mesmo, se o povo não tomar uma atitude séria e firme, se estes fulanos não darão cabo dos princípios da nossa civilização ocidental, não ficando pedra sobre pedra do edifício que levou séculos a pôr de pé.
– Esse pode ser mesmo um dos objectivos do Diabo que anda por aí à solta, Tio Ambrósio! Eu não me admirava nada que o embusteiro entrasse com figura de gente no Parlamento para fazer crer que é um bem aquilo que não passa de uma estranha aberração. O Liberato até costuma dizer que é uma aberração execrável!
– Eu não gastaria muito do meu tempo a buscar adjectivos que qualifiquem aquilo que, em meu entender, é inqualificável, Carlos. Que não é coisa boa, não é! Podem doirar a pílula, para fazerem crer ao povo que estão a ser defendidas e garantidas as suas liberdades, mas a mim não me levam na cantiga…
– Outra coisa em que o chavelhudo é exímio, Tio Ambrósio! O qualificativo não é meu, mas do mestre Gil Vicente que, se cá viesse hoje, haveria de escrever pelo menos uma dúzia de peças teatrais, na tentativa de desmontar a farsa que os nossos deputados persistem em representar, com guião de um pequeno número deles, que estão em todas para parecerem muitos.
– Valha-nos Santo Ambrósio, Carlos!
– E santo Agostinho, e S. Gregório, e todos os santos da corte celeste!

22/04/2018

O rumo certo

A Semana das Vocações todos os anos é encerrada neste 4º Domingo do Tempo Pascal, “Domingo do Bom Pastor”. As vocações estão em crise neste mundo ocidental, mas florescem noutras latitudes. É que aqui as pessoas passaram a viver como se Deus não existisse. A crise das vocações não tem nada a ver com o celibato, mas sim com a crise da fé e das famílias. Há muitas pessoas que acham que o problema da falta de vocações se resolvia acabando com o celibato dos padres. É pura ilusão! Noutras confissões cristãs (protestantes, ortodoxos) em que os pastores se podem casar também há falta deles. Basta abrir os olhos e olhar para as nossas Missas dominicais: se há poucos jovens nas igrejas, como é que os há-de haver nos seminários? Só não vê quem não quer ver. As vocações sacerdotais não são as únicas vocações que existem: também há as vocações à vida religiosa e à vida consagrada de uma forma geral, vocações que são necessariamente celibatárias. Mesmo que o fim do celibato fosse solução para a falta de padres (que não é!), ficava, ainda, por resolver a falta de frades, freiras, leigos consagrados… Além disso, o matrimónio é também uma vocação e também ele está em crise! São cada vez menos os jovens que se casam: muitos optam por se casar apenas civilmente ou, simplesmente, juntarem-se e viverem maritalmente sem casar (já para não falar nos muitos casamentos que acabam por fracassar). A crise das vocações no matrimónio é tão grave como na vida consagrada. E ainda há quem ache que “havia mais padres se eles se pudessem casar” nesta sociedade em que os jovens já nem casar querem! Não, o problema é mais profundo: é defendendo a família e ajudando os jovens a caminhar na fé que se resolverá a crise de todas as vocações.
Padre Orlando Henriques

Ao calor da fogueira (22-04-2018)

– Eu não gostaria de falar na possibilidade de virmos a ter um Verão com incêndios, Tio Ambrósio! Mas, em conversa com o Liberato, verificámos que o esquema está montado.
– Não entendo, Carlos! Parece-me bem que haja muita prevenção para que os sinistros não venham a acontecer. O nosso povo sempre disse que “vale mais prevenir do que remediar”.
– Não é desse esquema que eu falo, Tio Ambrósio, mas precisamente do que se prepara do outro lado da barricada.
– Continuo a não entender patavina do teu discurso! Então numa matéria tão grave poderão existir dois lados, como se se defrontassem um ao outro?
– E o Tio Ambrósio admira-se?
– Não é que me admire, porque já cá ando há muitos anos e sei bem da maldade de que é capaz o coração humano. Mas, se calhar ingenuamente, pensei que todos os cidadãos do nosso país estariam interessados em evitar os acontecimentos trágicos que enlutaram Portugal no Verão e no Outono do ano passado…
– Fez muito bem em empregar o advérbio “ingenuamente”, porque toda a gente sabe que há por aí muitos malandros à espreita de uma oportunidade para ganharem dinheiro com a desgraça dos outros. A ser verdade o que contam os jornais sobre o grande incêndio do Pinhal de Leiria, que teria sido preparado ao pormenor por gente interessada em obter lucros fáceis à custa de uma desgraça daquelas, bem podemos esperar por outras semelhantes na época que os responsáveis por este sector da vida pública já anunciaram que pode começar ainda no mês de Maio ou, o mais tardar, no princípio do mês do São João. Isto quer dizer que agora, tal como há a época balnear, a época das férias, há também uma época para os incêndios, que teve que ser alargada por causa dos acontecimentos do último ano.
– E tu acreditas numa notícia dessas, Carlos?

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Bons ventos vêm de África

As vocações estão em crise no nosso meio, mas florescem noutras latitudes. É o caso de África. A Igreja africana sabe o que é sofrer, oprimida por ditaduras, fustigada por guerras e perseguida por terroristas… Mas a fé cristã e as vocações crescem! Enquanto isso, nós, na Europa, por vezes, vamos vivendo um cristianismo medíocre, em vez de nos concentrarmos no essencial.
É precisamente o que assinalam as recentes declarações de D. John Onaiyekan, Cardeal de Abuja, na Nigéria. À rádio pública austríaca ORF, disse que está admirado com o facto de a Igreja da Europa estar tão obcecada em dar a comunhão aos divorciados recasados, em vez de se preocupar com as suas igrejas que «estão cada vez mais vazias» (ao contrário das da Nigéria) e «muitas pessoas já não vêm».
Também o Cardeal Robert Sarah (natural da Guiné Conacri), no seu livro “Deus ou nada” (ed. Lucerna, Cascais 2016, pág. 333 a 336) diz que a questão dos recasados «não é um desafio urgente para as Igrejas de África ou da Ásia», mas «trata-se de uma obsessão de certas Igrejas ocidentais»; e que a Igreja de África se compromete «a manter inalterado o ensinamento de Deus e da Igreja sobre a indissolubilidade do matrimónio».
É assim que Igreja africana permanece fiel à doutrina e fiel à verdade do matrimónio indissolúvel, enquanto nós andamos aqui perdidos em discussões estéreis e confusas. Não vemos os nossos irmãos africanos preocupados com estas questões: estão mais preocupados em manter a fé viva. Aliás, é a fé, constantemente provada pelo fogo, que os mantém firmes nas adversidades. Vozes proféticas dizem que África «é a grande esperança de Igreja».
Pe. Orlando Henriques